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Esperança sem otimismo

Quando falamos com urgência das questões climáticas cada vez mais alarmantes, é difícil pensarmos com otimismo. Os dados, os números, os relatórios falam por si só, e falam mais do que discursos e promessas de empresas, governos e organizações. O mais desafiador, é que não são apenas dados recentes, são dados com séries históricas desde que iniciamos os registros. Até quando?



Quando analiso os ODS (Objetivos de desenvolvimento sustentável) propostos pela ONU com metas até 2030, não vejo que falta planejamento, que falta esforços e empenho em saber o que precisa ser feito. Cada objetivo possui metas e inúmeros indicadores de acompanhamento. É um bom plano. Mas, é somente um bom plano se imediatamente não nos debruçarmos em trabalho duro. Exatamente nesse ponto vejo que estamos retrocedendo como mundo.


O problema está na execução do plano, em colocar o plano de ação em prática. Nessa etapa essencial, faltam definições claras de papéis e responsabilidades. Faltam leis, faltam arranjos e falta vontade legítima de querer a mudança necessária. O que vemos? Marketing, ESG, Sistema B, capitalismo consciente, etc. Iniciativas tímidas e que visam mais a divulgação para o aumento das ações da própria empresa que se diz sustentável do que o impacto sustentável de fato.


Não podemos continuar com iniciativas pontuais, desconectadas e sem continuidade a curto e longo prazo. Mas, mesmo sem otimismo, que a gente não perca a esperança, nunca.


Referência: De Cock, C., Nyberg, D., & Wright, C. (2019). Disrupting climate change futures: Conceptual tools for lost histories. Organization,28 (3), 426-448. https://doi.org/10.1177/1350508419883377


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